O ator, diretor e roteirista Eduardo Casanova, de 34 anos, revelou publicamente nesta quinta-feira (18) que vive com HIV. O anúncio foi feito por meio de uma publicação nas redes sociais, na qual o artista afirmou estar rompendo um silêncio que descreveu como “desagradável e doloroso”, mantido por muitos anos.
Conhecido por trabalhos no cinema e na televisão, incluindo a série Alguém Tem que Morrer, da Netflix, Casanova relatou que tornar o diagnóstico público foi um processo marcado por medo e incertezas. Ainda assim, destacou que o momento representa um sentimento de alívio. “Apesar do medo e da incerteza, hoje me sinto profundamente feliz”, escreveu.
No desabafo, o artista chamou atenção para o preconceito que ainda cerca o HIV e apontou o estigma como um dos maiores desafios enfrentados por pessoas soropositivas. Segundo ele, a dignidade deveria ser a base para que pessoas com HIV pudessem falar abertamente sobre o diagnóstico. Casanova também afirmou que cerca de 80% das pessoas que vivem com o vírus não compartilham essa informação com quase ninguém, justamente por receio da rejeição e do julgamento social.
“Esse silêncio atinge muitíssimas pessoas e gera sofrimento”, destacou o ator, ao criticar o estigma que, segundo ele, condena indivíduos a uma exclusão injusta e sistemática.
Casanova explicou que decidiu tornar sua condição pública apenas quando se sentiu emocionalmente preparado. “Faço isso por mim, mas também com o desejo de ajudar outras pessoas”, afirmou. O artista acrescentou que escolheu abordar o tema por meio da arte, especialmente do cinema, sua principal forma de expressão.
A declaração está relacionada a um documentário dirigido por Jordi Évole, que tratará do tema e tem estreia prevista para 2026. O projeto deve aprofundar o debate sobre o HIV e contribuir para a reflexão sobre preconceito, visibilidade e dignidade.