A Câmara do Estados Unidos votou para aprovar, nesta quarta-feira (13), um projeto de lei que pode levar à proibição do TikTok no país – um grande desafio para um dos aplicativos de rede social mais populares do mundo.
A votação foi de 352 a 65, com 15 republicanos e 50 democratas votando contra.
Ainda não está claro qual será o futuro do projeto, que agora segue para o Senado americano.
O projeto de lei proibiria o TikTok das lojas de aplicativos dos EUA, a menos que a plataforma – usada por cerca de 170 milhões de americanos – fosse separada de sua controladora chinesa, a empresa ByteDance.
Os deputados que apoiam o projeto argumentaram que o TikTok representa uma ameaça à segurança nacional porque o governo chinês poderia usar suas leis de inteligência contra a ByteDance, forçando-a a entregar os dados dos usuários dos EUA.
A pressão para aprovar o projeto de lei enfrentou ventos contrários de várias direções políticas diferentes.
Uma das opiniões mais vocálicas veio do ex-presidente Donald Trump, que já foi um defensor da proibição da plataforma, mas desde então reverteu sua posição.
Enquanto isso, os democratas enfrentam pressão de jovens progressistas, entre os quais o TikTok permanece como a plataforma preferida.
TikTok se defende
Os criadores do TikTok e a China responderam com raiva à votação, com o Ministério das Relações Exteriores da China chamando de “ato de bullying”.
O TikTok classificou a legislação como um ataque ao direito constitucional à liberdade de expressão de seus usuários.
A rede social lançou uma campanha de apelo dentro do aplicativo, instando os usuários a ligar para representantes em Washington para se oporem ao projeto.
Vários escritórios do Congresso disseram que foram inundados com ligações.
O projeto daria à ByteDance cerca de cinco meses para vender o TikTok.
Se não for, o aplicativo seria ilegal para os operadores de lojas de aplicativos como Apple e Google disponibilizá-lo para download.
Numa rara demonstração de bipartidarismo, a medida avançou por unanimidade no poderoso Comitê de Energia e Comércio da Câmara, e o presidente Joe Biden disse que assinaria o projeto de lei se este chegasse à sua mesa.
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, não se comprometeu na terça-feira (12) a realizar uma votação sobre o projeto de lei, ressaltando a incerteza sobre o que acontecerá a seguir.
“Terei que consultar e pretendo consultar os presidentes dos meus comitês relevantes para ver quais seriam seus pontos de vista”, disse ele.