A curitibana Elana Dara, de 20 anos, acompanhada de seu violão, desbrava as barreiras do cenário fonográfico com sua voz aveludada. Autodidata, aprendeu a arte sozinha, começando aos oito anos, quando comprou seu primeiro violão. Sempre muito tímida, no início ela se apresentava apenas para poucos amigos. Quem vê este cenário não consegue imaginar o caminho da cantora até o sucesso no YouTube. Com mais de 463 mil inscritos e mais de 34 milhões de visualizações, Elana começou a ganhar notoriedade com seus covers na internet.
Com o awareness a artista lançou seu primeiro single autoral, “Muda Tudo” – o clipe da faixa já ultrapassa 650 mil views. Este foi o primeiro passo dentro do mercado fonográfico, o qual deu início à recente descoberta da artista pelas composições.
Elana sempre escreveu muitas poesias, desde mais nova, mas, transformar as palavras em composição é a nova paixão da curitibana. Do cotidiano às histórias dos conhecidos, filmes, séries e até leituras do dia a dia, tudo vira música.
Acompanhada do violão, a cantora conquistou, em particular, com uma fusão única de MPB, pop, rap e R&B, os ouvidos de Márcio Buzelin, tecladista do Jota Quest. O encontro entre eles aconteceu em um estúdio de Belo Horizonte – MG, quando a artista foi convidada pelo produtor Pedro Peixoto, também sócio de outro integrante da banda, o guitarrista Pedro Cassini, para gravar, sem compromisso, algumas músicas na capital mineira.
Em 2019, Elana Dara entrou para o casting do Grupo GB (Granola Talentos) e assinou contrato com a Warner Music Brasil, hoje as responsáveis pela gestão de sua carreira artística.
Pouco tempo depois, lançou seu segundo single, o primeiro em parceria com a Warner Music Brasil: “Falei de Você Pra Minha Mãe”. A música ficou entre as mais virais do país por várias semanas, chegando na posição #10 do chart “As 50 virais do Brasil” do Spotify e, atualmente, o videoclipe conta com quase 3 milhões de visualizações.
Ontem (11), Elana lançou mais uma faixa, a contagiante “Ninguém Dá Certo Cmg”, feito durante a quarentena. O POP Mais bateu um papo com a jovem, que contou detalhes sobre o projeto e os próximos passos da carreira.
1 – Você surgiu para o público, inicialmente pelo Youtube, na sua visão a internet hoje é a maior/melhor ferramenta para o artista iniciante se mostrar?
Com certeza! Eu acho que nessa era digital temos que aproveitar o máximo possível essa vitrine que a internet entrega. Quem é artista e quer mostrar seu trabalho, aproveite isso da melhor maneira possível. O mais importante é fazer um conteúdo de qualidade, com frequência, com verdade e acreditar muito no que você quer fazer.
2 – Como você lida com as comparações a outros artistas, vê de forma positiva?
A maioria das vezes sim. Acho muito legal quando tem uma identificação, quando rola alguma semelhança, porque ser artista eu acho que é isso, compartilhar, é referência, e eu também adoro me comparar com outros artistas. Não colocando como se fosse uma competição, claro, mas uma comparação positiva.
3 – Sobre nosso momento do pop, as misturas,com funk e outros gêneros, você pretende seguir o mesmo caminho?
Eu acho que hoje não se faz mais música de um estilo só, tudo tem muitas referências e o pop é cheio de estilos. Com certeza eu quero colocar vários estilos em um estilo só, que é o que a gente chama de pop urbano, que tem referência de trap, samba, mpb, rock e clássicos. Acho que é extremamente necessário pra conseguir conversar com o cenário atual. Como o mundo hoje é tão maluco, acho que a música acompanha ele, as pessoas não querem mais ver o óbvio.
4 – Sua versatilidade já foi bem notada nos seus covers, qual colaboração “inusitada”, você gostaria de realizar?
Acho que como as pessoas não me veem fazendo algo com o funk, poderia ser inusitado! Por exemplo, eu admiro muito o trabalho da Ludmilla, acho ela incrível, bem completa, hoje em dia ela não só faz funk, como também pop. Acho que seria uma colaboração inusitada incrível entre nós.
5 – Suas Letras, você mesmo compõe sempre, como é o processo de criação?
Na maioria das vezes eu componho elas 100%, do início ao fim, e peço muitas opiniões. Como o violão e eu temos uma conexão forte, geralmente começo uma linha de violão, faço uma melodia e tento acompanhar com alguma ideia, com alguma coisa que eu sinto escutando. Eu acho que o instrumental é muito forte em mim, ele me traz sentimentos às vezes maiores que as letras que eu posso escrever, sabe? Então é muito difícil eu escrever algo separado da melodia. Geralmente essas duas coisa vêm juntas. E eu preciso de silêncio e geralmente estar sozinha. Para mim é mais difícil compor em grupo, mas eu estou tentando desenvolver isso, acho uma troca super necessária para um artista.
6 – Seu mais novo single, acabamos de ouvir e creio que o público vai se identificar bastante, é uma experiência sua, ou situação de alguém próxima? Como foi a criação?
Foi uma experiência minha. Eu escrevi agora na quarentena, muito recente, inclusive. Ela foi escrita na solidão do meu quarto. Estava conversando com uma pessoa que conheci pela internet, inclusive nem conheço pessoalmente. Estava botando fé que ia dar certo, mas no fim das contas não deu, haha. Aí veio aquele pensamento “putz, ninguém dá certo comigo, né?”. Achei essa frase tão boa que eu quis que fosse o nome da música.
7 – O que o público pode esperar futuramente do seu trabalho, já tem planos pós pandemia, algum projeto já encabeçado?
Eu estou muito empolgada, ainda mais depois do lançamento dessa música. Acho que todo o processo de criação – o fato de estarmos em quarentena e eu ter tido que resolver tantas coisas para que esse projeto acontecesse – fez com que eu evoluísse, acendeu uma chama de querer fazer mais projetos. Estou muito empolgada para os próximos trabalhos. Tenho vontade de lançar mais alguns singles antes do EP, porque quero trabalhar como será a resposta do meu público. Mas acredito que será muito positiva. E depois de um EP, com certeza um álbum para eu poder ter um grande repertório autoral para fazer shows depois que toda essa pandemia acabar. Shows pelo Brasil ou até quem sabe pelo mundo, rs. Também tenho muitos projetos com outros artistas que vão me dar ainda mais bagagem para a minha carreira.
8 – Só quem começa na internet, sabe as dificuldades que um artista passa pra alcançar tamanha visibilidade, hoje o que você diria pra essa galera que tá iniciando como você também começou, na internet?
Não desistam! A frequência é a coisa mais importante que você precisa e acreditar no seu trabalho também. Não posta um vídeo e depois apaga. Se você não gostou, só não assiste ele de novo, rs. Mas se em algum momento você acreditou naquele vídeo, deixa ele lá, independente do que seja, música, maquiagem… Se você acredita no seu trabalho e você acha que pode ser uma pessoa grande, que as pessoas precisam conhecer o seu trabalho, vai atrás, poste, invista, tente.