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Irmã de Ana Furtado está com câncer colorretal avançado: entenda a doença

Irmã de Ana Furtado está com câncer colorretal avançado: entenda a doença
Foto: reprodução / Instagram @aanafurtado

Na última quarta-feira (5), Ana Furtado revelou que a irmã, Tina Furtado, está enfrentando um câncer de intestino avançado. A apresentadora contou ainda que foi decidido transformar a trajetória em uma série documental, intitulada “Eu Escolho Vencer”, com o objetivo de refletir uma mensagem de força e esperança para outros pacientes que também foram diagnosticados com a doença. 

“São 11 capítulos poderosos, onde ela compartilha tudo o que aprendeu sobre força, fé e resiliência. Agora queremos que essa história alcance ainda mais pessoas”, disse em um post nas redes sociais

Em 2021, Tina recebeu o diagnóstico e, até o momento, já passou por mais de 55 sessões de quimioterapia e  também cirurgias. “Em nenhum momento ela deixou a dor definir sua história. Pelo contrário: ela sempre escolheu vencer”.

Entenda a doença

Com uma incidência crescente a partir dos 50 anos, o tumor colorretal se desenvolve no intestino grosso, também chamado de cólon, ou no reto. Vale lembrar ainda que o principal tipo é o adenocarcinoma e, em cerca de 90% dos casos, ele se origina a partir de pólipos na região que, se não identificados e tratados, podem sofrer alterações ao longo dos anos, tornando-se malignos. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), é estimado que no triênio 2023-2025 haja 45.630 casos da doença em homens e mulheres a cada ano.

“Apesar de a doença muitas vezes ser silenciosa, o paciente deve observar se há alterações do hábito intestinal, tais como constipação, diarréia, afilamento das fezes, ausência da sensação de alívio após a evacuação (como se nem todo conteúdo fecal fosse eliminado), massas palpáveis no abdome, sangue nas fezes, dores abdominais, perda de peso sem motivo aparente, fraqueza e sensação de fadiga”, explica Artur Ferreira, oncologista da Oncoclínicas São Paulo. Entre os fatores de risco destacam-se: consumo de dietas ricas em alimentos ultra processados e pobres em vegetais, alto consumo de carnes vermelhas, sobrepeso e obesidade, inatividade física, tabagismo e a presença de doenças inflamatórias intestinais como a retocolite ulcerativa. Fatores hereditários também são importantes, mas o especialista ressalta que eles exercem menor influência no surgimento do tumor colorretal do que as causas listadas.

Em boa parte dos casos, felizmente o câncer colorretal é curável. No entanto, é essencial que o diagnóstico aconteça precocemente, aumentando assim o sucesso do tratamento. 

Por isso, é importante o rastreamento precoce, quando adequadamente indicado, para que o tumor seja identificado em sua fase inicial. “Diferentemente do câncer de mama, por exemplo, onde a doença é identificada com os exames de rotina geralmente em fase inicial, já instalado, o tumor colorretal pode ser descoberto em sua fase pré-cancerosa com a colonoscopia.

Uma vez diagnosticado, a equipe multidisciplinar irá avaliar cada caso individualmente, selecionando as estratégias e opções mais adequadas a cada paciente”, comenta o oncologista da Oncoclínicas São Paulo.
 

Os tratamentos para a neoplasia colorretal podem ser agrupados em dois tipos:

  • Tratamentos locais (cirurgia, radioterapia, embolização e ablação): agem diretamente no tumor, sem afetar o restante do corpo. Podem ser realizados nos estadios iniciais da doença ou ainda em metástases isoladas
  • Tratamentos sistêmicos (quimioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo): neste grupo, incluímos as drogas orais (comprimidos) ou endovenosas (na veia), aplicando diretamente na corrente sanguínea. Agem de maneira global no organismo e podem ser indicadas tanto com o objetivo curativo quanto paliativo.

Embora seja bastante prevalente, o câncer colorretal ainda é motivo de muitas dúvidas que acabam criando crenças que não correspondem à realidade sobre a doença e podem inclusive atrapalhar o diagnóstico e manejo. A seguir, Artur Ferreira esclarece os dez principais mitos e verdades sobre a doença:

Todas as pessoas que têm câncer colorretal precisam usar bolsa de colostomia.

MITO. A colostomia (situação em que o intestino se exterioriza através de um orificio na parede do abdome para a eliminação das fezes) é uma estratégia utilizada apenas em alguns casos de câncer colorretal – por exemplo: após urgências médicas, como obstruções ou perfurações intestinais, cirurgias de emergência ou tumores localizados no canal anal ou na parte mais baixa do reto.

Com a evolução das técnicas cirúrgicas e a otimização dos cuidados ao paciente, a probabilidade de uma pessoa necessitar de colostomia reduziu drasticamente.

Quando necessário, o procedimento é realizado com o intuito de permitir a eliminação das fezes para uma bolsa coletora de forma temporária ou permanente, a depender do caso.

A colostomia temporária é indicada quando a doença que acomete o cólon pode ser tratada e há expectativa de reconstrução do trânsito intestinal em um futuro próximo. Já a colostomia definitiva é realizada quando o problema que bloqueia o trajeto intestinal não pode ser corrigido ou quando o tratamento cirúrgico envolve a remoção do ânus ou porção final do reto, tornando inviável a reconstrução do trânsito intestinal.

Quem tem intestino preso tem mais risco de desenvolver câncer colorretal.

DEPENDE. Em teoria, pode-se observar um risco aumentado do câncer colorretal em pacientes com intestino preso (constipação), pois tempos prolongados de trânsito do intestino podem aumentar o tempo de exposição da parede intestinal às substâncias que estimulam o surgimento do câncer presentes nas fezes (carcinógenos). 

Além disso, a constipação altera a flora bacteriana local, e pesquisas recentes sugerem que infecções intestinais por bactérias específicas podem aumentar o risco de tumores colorretais.

Porém, deve ficar claro que intestino preso não é um fator clássico de risco e os resultados acerca desta relação são conflitantes. Merecem mais importância, neste contexto: idade, obesidade, sedentarismo, dietas ricas em carne vermelha e pobres em vegetais/fibras, diabetes e tabagismo.

Homens estão mais propensos a ter câncer colorretal.

VERDADE. A diferença não é tão grande (por isso não motiva diferenças nas diretrizes de rastreamento da doença de acordo com o sexo), mas existe. Em termos absolutos e em nível mundial, indivíduos do sexo masculino são mais propensos a ter câncer colorretal. A estimativa mundial para o ano de 2020 apontou cerca de 1,9 milhão de novos casos, cerca de 1,1 milhão de casos novos em homens e 800 mil casos novos em mulheres.

Se um pólipo for detectado, é certeza de que o câncer logo aparecerá.

MITO. É fato que a maioria dos tumores colorretais surge a partir da transformação maligna de pólipos intestinais, mas apenas uma pequena parcela desses pólipos progredirá para tumores. Por esse motivo, quando um pólipo é detectado no exame de colonoscopia, deve ser removido e analisado por um patologista

Comer carne vermelha e carne processada em excesso pode levar ao câncer colorretal.

VERDADE. Dietas ricas em carne vermelha e em carnes processadas estão associadas a um maior risco de surgimento do câncer colorretal, conforme ratificado em relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2015. Em números, entende-se por consumo excessivo desses tipos de alimentos o que passe de 100 gramas por dia de carne vermelha e de 50 gramas por dia de carne processada. O ideal é que o consumo desse tipo de alimento seja limitado no máximo a duas vezes por semana e, nas outras refeições, substituído por carnes brancas, ovos, derivados de soja e outras fontes de proteína.

O câncer colorretal sempre apresenta sintomas – logo, se não houver dor na região, não é necessário se preocupar.

MITO. Isso é válido não apenas para os tumores colorretais, mas também para todos os tipos de tumores de forma geral: a ausência de sintomas não significa ausência de doença. Inclusive é importante destacar que nas fases iniciais, os tumores não costumam gerar sintomas e, quando presentes, eles podem ser confundidos com um mal estar passageiro, como uma dor abdominal inespecífica, perda de peso sem motivo aparente ou alguma mudança no padrão de evacuação. Por isso, é importante estar atento aos check-ups de rotina e respeitar as indicações de rastreamento orientadas pela equipe médica.

Algumas doenças inflamatórias podem aumentar o risco de câncer colorretal.

VERDADE. Entre os fatores relacionados ao surgimento de tumores colorretais, as doenças inflamatórias intestinais são causas bem conhecidas e associadas ao aumento do risco. Nos casos de retocolite grave e extensa, por exemplo, o risco de desenvolvimento de câncer colorretal pode ser 5 a 15 vezes maior em relação à população geral.

É possível prevenir sempre.

MITO. Dentre os fatores de risco do câncer colorretal, como dito anteriormente, é possível observar uma relação com os hábitos alimentares e de vida, além de condições prévias de saúde. Como forma de prevenção, o oncologista reforça que é necessário seguir algumas orientações.

“Deve-se investir em uma dieta rica em fibras e uma menor ingesta de carnes vermelhas e  processadas, praticar atividades físicas, evitar bebidas alcoólicas e tabagismo e, manter ativo fisicamente e com peso adequado. Além disso, é importante investigar se o paciente possui doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a doença de Crohn ou colite ulcerativa e, se presentes, tratá-las. A observação de todos esses pontos certamente reduz em muito o risco, porém não o elimina por completo “, finaliza Artur Ferreira.

Sobre a Oncoclínicas&Co 

Oncoclínicas&Co é o maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina, com um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.900 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico, oferece um sistema completo que integra clínicas ambulatoriais a cancer centers de alta complexidade. Conta com 144 unidades em 40 cidades brasileiras, permitindo acesso de qualidade em todas as regiões que atua, alinhados aos padrões dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer. 

Com foco em tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas realizou aproximadamente 635 mil tratamentos em 2023. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos principais centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, especializada em bioinformática, em Cambridge, Estados Unidos, e participação na MedSir, dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer, em Barcelona, Espanha. Recentemente, expandiu sua atuação para a Arábia Saudita por meio de uma joint venture com o Grupo Al Faisaliah, levando a missão de vencer o câncer para um novo continente e proporcionando cuidados oncológicos em escala global, ao combinar a hiperespecialização oncológica com abordagens inovadoras de tratamento.

A companhia integra a carteira do IDIVERSA, índice lançado pela B3, destacando empresas comprometidas com diversidade de gênero e raça. Para maiores informações acesse: www.grupooncoclinicas.com