“Sobe e desce o feed”: ao ritmo dançante do pagodão, Mateus Zingue critica rolagem infinita do mundo contemporâneo
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“Sobe e desce o feed”: ao ritmo dançante do pagodão, Mateus Zingue critica rolagem infinita do mundo contemporâneo

Novo single chega ao streaming como um alerta aos riscos provocados pelo vício em smartfones

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Foto: Juliana Zingue

A observação diária do comportamento digital, tanto próprio quanto de quem está ao redor, foi o ponto de partida para Mateus Zingue criar “Feed”. Segundo o artista, mudanças nos hábitos, a velocidade frenética da vida moderna, novas cobranças profissionais e a exposição da vida pessoal são temas que o inspiraram a compor a faixa. Disponível em todas as plataformas digitais, a música ganha um videoclipe inédito produzido com recursos da Lei Paulo Gustavo, que será lançado nesta sexta (31). Além do ritmo contagiante do pagodão, “Feed” apresenta uma crítica inteligente e bem-humorada ao vício digital, abordando questões que vão desde o impacto da hiperconectividade até as crises de ansiedade causadas pela dependência tecnológica.

“Com o smart vício, quero passar a ideia de um vício que é cada vez mais inteligente, que pensa o tempo todo em te viciar mais, enquanto nós nos tornamos menos críticos”, comenta Zingue. A faixa também brinca com o looping infinito das redes sociais, especialmente no refrão “Sobe e desce o feed”, inspirado na estrutura das músicas de pagodão baiano.

Para o artista, o humor é uma ferramenta poderosa para dialogar com temas complexos. “Não acredito que só o humor facilite, mas ele é uma forma chamativa de chegar às pessoas. Fazer alguém rir significa que você conseguiu captar sua atenção, e, quando o ouvinte presta atenção no assunto, isso é lindo.” O videoclipe, que Mateus descreve como “trabalhoso e divertido de produzir”, reflete as críticas da música com cenas que capturam situações cotidianas nas quais o uso exagerado do celular toma o centro das atenções. Ele reforça que “Feed” também dialoga com os objetivos do Janeiro Branco, campanha que promove a saúde mental. “As redes sociais têm um papel significativo no aumento de ansiedade, depressão e outros transtornos. Gostaria que o ouvinte começasse a se perceber um pouco mais.”

Mateus Zingue também compartilha seus próprios desafios em equilibrar o uso das redes sociais. “Uso as redes como ferramenta, mas 80% do tempo que estou lá, estou consumindo. Tenho buscado soluções, como o AppBlock, para me educar e diminuir o consumo.”

Natural da Bahia, Mateus Zingue carrega as raízes culturais nordestinas em sua música, explorando ritmos como o forró, o afoxé e o pagodão. Sua discografia reflete um olhar crítico sobre temas sociais e ambientais. Em músicas como Óleo (2021) e A Praga (2022), ele abordou a política e desastres ambientais com um tom igualmente provocativo.

Agora, Zingue prepara-se para novos projetos. Após o lançamento do clipe de “Feed”, ele promete um single especial para o São João e planeja o início da gravação de um novo álbum no segundo semestre de 2025. “Convido todos a assistir ao videoclipe e ouvir a música. Espero que ela divirta, faça dançar e também inspire reflexões sobre como estamos vivendo nossas vidas dentro e fora das telas.”