
Krystena Murray passou por uma experiência traumática após realizar um procedimento de inseminação in vitro em uma clínica de Savannah, nos Estados Unidos. Depois de tentar engravidar por anos, ela finalmente conseguiu em 2023, dando à luz um menino saudável em dezembro. No entanto, o que deveria ser um momento de felicidade absoluta se tornou um choque inesperado: ao ver o bebê, Krystena percebeu que algo não estava certo.
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O bebê era negro, enquanto tanto Krystena quanto o doador de sêmen escolhido por ela eram brancos. A partir dessa constatação, veio a descoberta devastadora: o embrião implantado nela não era o seu. Ou seja, a criança não foi gerada a partir dos óvulos fertilizados dela e de seu doador. O erro cometido pela clínica Coastal Fertility Specialists mudou sua vida para sempre. Ainda assim, Krystena decidiu acolher o bebê como seu filho e dedicou-se à maternidade com amor e cuidado.
Após a repercussão do caso, a clínica responsável pela fertilização in vitro se pronunciou por e-mail, classificando o erro como “sem precedentes” e garantindo que medidas foram adotadas para evitar que algo semelhante aconteça novamente. “Este foi um evento isolado, sem mais pacientes afetados. Estamos fazendo tudo o que podemos para consertar as coisas para aqueles impactados por este incidente”, declarou a instituição. Apesar disso, a explicação não foi suficiente para minimizar o impacto da situação.
Inconformada com o que aconteceu, Krystena decidiu recorrer à Justiça. Na última terça-feira (18), ela entrou com uma ação civil contra a clínica, alegando que o erro cometido pela equipe causou um sofrimento emocional irreparável. Em entrevista à ABC News, a mulher de 38 anos desabafou: “Nunca me senti tão violada e a situação me deixou emocional e fisicamente quebrada. Passei a minha vida inteira querendo ser mãe. Amei, cuidei e criei o meu filho e teria feito literalmente qualquer coisa para mantê-lo”.
No processo judicial, Krystena descreve o ocorrido como “extremo e ultrajante”, argumentando que foi transformada, contra sua vontade, em uma barriga de aluguel para outro casal. O caso levanta debates sobre a responsabilidade de clínicas de fertilização, os impactos emocionais de erros médicos desse tipo e a importância de uma regulamentação mais rigorosa para garantir a segurança dos pacientes que confiam nessas instituições para realizar o sonho da maternidade.