Definitivamente a Globo deu inicio à uma nova era nas novelas da TV brasileira. Outrora taxa de careta e tradicional, a emissora da Família Marinho agora é “a liberal”.
Nos últimos anos, praticamente todas as produções do segmento na emissora têm personagens representativos da diversidade sexual. Essa inclusão se tornou mais aparente a partir de janeiro de 2014, com “Amor à Vida”, de Walcyr Carrasco, e que mostrou o primeiro beijo na boca entre dois homens na telinha (Félix/Mateus Solano e Nikko/Thiago Fragoso).
Cinco anos após o pontapé inicial, mais um projeto do canal, desta vez no folhetim das 7, segue ditando o ritmo e tendência no mercado de novelas no país. “Bom Sucesso”, escrita por Rosane Svartman e Paulo Halm, com estreia na próxima segunda-feira (29), terá pelo menos quatro personagens do universo LGBTQ+.
Shirley Cruz será a diretora comercial Gláucia, profissional poderosa da editora comandada por Alberto (Antônio Fagundes). Para viver uma mulher autoconfiante que enfrenta de cabeça erguida o racismo e a homofobia, a atriz disse ter se inspirado na vereadora Marielle Franco, assassinada em março de 2018, no Rio.
Nesse mesmo núcleo ligado aos livros, Diego Montez vai interpretar o diretor de marketing William, um gay que se destaca pelo visual fashionista e o humor ácido.
Outro homossexual será o galã de TV Pablo Sanches, papel de Rafael Infante. Ele sustenta relacionamento de fachada com mulher por temer a reação intolerante dos telespectadores conservadores.
A quarta personagem, Michelly, é uma adolescente transexual de 15 anos em conflito com as pessoas que não a enxergam como mulher. Foi escalada a atriz trans Gabrielle Joie, de 21.
“Bom Sucesso” terá o desafio de enfrentar a ruidosa objeção dos tradicionalistas. Esse público ganhou crescente visibilidade desde as eleições presidenciais de 2018.
Já marque na agenda, a novela estreia nesta segunda-feira (29/7). Veja algumas cenas inéditas liberadas pela emissora: