A divulgação de milhares de documentos pela Justiça dos Estados Unidos trouxe novos detalhes sobre o caso Jeffrey Epstein e voltou a colocar nomes de figuras públicas no centro do debate. Entre os materiais liberados nesta sexta-feira (19/12), no conjunto conhecido como “Arquivos Epstein”, uma das imagens que mais repercutiram mostra o cantor Michael Jackson ao lado do bilionário Jeffrey Epstein.
Na fotografia, os dois aparecem juntos em frente a uma pintura que aparenta retratar uma mulher nua. A imagem integra um acervo com mais de 300 mil páginas relacionadas às investigações contra Epstein, condenado por crimes sexuais e acusado de comandar uma rede de exploração de menores.
Epstein morreu em 2019, enquanto aguardava julgamento por acusações federais de tráfico sexual.
Contexto da divulgação
A liberação dos arquivos ocorre em meio a disputas políticas em Washington. A Casa Branca tem apresentado a medida como um gesto de transparência do governo do então presidente Donald Trump, ao mesmo tempo em que críticos apontam o uso político do material, com acusações direcionadas a adversários democratas por supostos vínculos com Epstein após sua condenação.
O Departamento de Justiça afirmou que parte significativa dos documentos permanece sob censura para proteger a identidade de vítimas e preservar informações sensíveis. Segundo o órgão, novas análises e liberações podem ocorrer nos próximos meses.
Celebridades citadas nos documentos
Michael Jackson, que morreu em 2009, aparece nos arquivos apenas em registros visuais. Em 2003, o artista chegou a ser acusado de abuso sexual infantil, mas foi absolvido pela Justiça em 2005.
Além do cantor, os documentos incluem fotografias inéditas de Epstein ao lado de outras figuras públicas, como o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. Algumas dessas imagens mostram Clinton em momentos de lazer, incluindo registros em uma jacuzzi e em uma piscina, acompanhado de Ghislaine Maxwell — ex-companheira de Epstein, posteriormente condenada por crimes ligados ao esquema de abusos — e de pessoas não identificadas. Há ainda uma foto em que Clinton aparece segurando uma bebida ao lado de Epstein.
De acordo com o Departamento de Justiça, rostos e dados que poderiam levar à identificação de possíveis vítimas foram ocultados, em cumprimento à Lei de Transparência dos Arquivos Epstein, aprovada pelo Congresso em novembro e sancionada por Trump.
Menções ao Brasil
Os arquivos também trazem referências ao Brasil. Em um dos documentos, datado de janeiro de 2005, há um recado solicitando que Epstein ligasse para o novo número de telefone de uma mulher. O assunto da mensagem é “Brasil”, mas o nome de quem fez o pedido foi censurado.
Outro registro menciona, em uma anotação manuscrita, que uma mulher teria sido fotografada sem saber da existência da imagem. O nome foi ocultado, mas o texto informa que ela teria viajado ao Brasil aos 18 anos e retornado aos Estados Unidos dois anos depois.
A divulgação dos Arquivos Epstein segue provocando repercussão internacional e reacendendo discussões sobre a extensão das relações do bilionário com personalidades influentes, além do impacto político e judicial do caso.















































