Vivemos em um mundo de incertezas, censura, insegurança e instabilidade. Não só como sujeito dentro da sociedade, mas principalmente a partir de conexões e vínculos interpessoais. A fragilidade dos laços humanos fica cada vez mais evidente, fazendo com que frequentemente relações sejam construídas com nenhum contato além do virtual. Sem saber manter laços a longo prazo, a prioridade passa a ser o relacionamento em redes, que podem ser tecidas ou desmanchadas com facilidade. Crying On The Phone é o lançamento do mês de Thalles, com clipe dirigido por Di Rodrigues, que fala sobre as novas configurações de relacionamentos com base em conexões – sejam elas reais ou não.
“O clipe é sobre o fim de relacionamentos, mas também é sobre amor, afeto e liberdade. Hoje em dia nós vemos emoções vividas por meio da tela de um celular. No final das contas, você acaba vendo o seu parceiro como um desconhecido”, explica o artista. Composta por Thalles, a canção foi produzida no B-Side Studio da Budweiser em São Paulo com produção da melodia por Lucas Silveira, que traz um indie pop mais melancólico, representando a personalidade dos dois artistas.
Em tempos de censura, se torna cada vez mais necessário falar sobre a importância da liberdade sexual e amorosa. “Quis filmar o clipe da forma mais simples e real possível, causando a possibilidade de se reconhecer no outro. Criamos uma história com memórias alegres e íntimas, deixando o questionamento se os sentimentos são reais ou apenas uma projeção do imaginário”, explica o diretor Di Rodrigues.
Assista:
A canção é o sexto lançamento do projeto 12 X single, que vai trazer uma nova música por mês ao longo de um ano. Crying On The Phone revisita temas já familiares para Thalles, como a forte presença do mar como parte da trama, que já foi abordados em outros trabalhos do artista como You, The Ocean and Me. O projeto já tem outros cinco singles lançados, como The Truman Show, Katie Don’t Be Depressed, It’s a a New Year and We’ve Never Been so Old e O Rio que Amava o Mar.
Sobre Thalles
Com uma forte bagagem das artes cênicas, Thalles já mostra em sua música as influências do cinema, sempre trazendo doses de lirismo, dramas, paixões e personagens às canções. Seu primeiro álbum, Utopia, traz 11 faixas autorais divididas em dois atos: um mais solar e outro mais frio. Seu rock alternativo ecoa com sons metalizados e elementos eletrônicos, com a presença de instrumentos como charango, viola violino, quarteto de cordas. Cada uma das músicas do disco formam uma história de um único universo narrativo, com clipes dirigidos pelo próprio Thalles.
O primeiro trabalho de Thalles no cinema foi com o filme Yonlu, com direção de Hique Montanari, que resultou no prêmio de Melhor Ator pelo New Renaissance Film Festival de Amsterdam, além de Prêmio Humanidade pela mensagem social que o filme possui. Thalles também foi premiado como Melhor Ator pelo Agenda Brasil, Festival Internacional de Cinema Brasileiro, em Milão, na Itália. Além disso, Yonlu também recebeu o prêmio Abraccine de “Melhor filme brasileiro de diretor estreante” na Mostra de São Paulo em 2017 e também recebeu indicação no Festival Internacional de Cinema de Madrid nas categorias de Melhor Filme e Melhor Ator.
Thalles faz parte do elenco do filme O homem cordial, dirigido por Iberê Carvalho e estrelado por Paulo Miklos, que estreou na mostra competitiva do 47º Festival de Cinema de Gramado, em agosto. Seu trabalho mais recente é o papel como protagonista no filme brasileiro Ecos do Silêncio, produzido pela Asacine, que se passa em três países: Brasil, Argentina e Índia, com locações nas cidades de Brasília, Buenos Aires e Varanasi.