Música

Em entrevista exclusiva, Dre Guazzelli fala sobre cura interna na mistura entre música eletrônica e xamanismo de seu último lançamento

Por João Perissé |

Em entrevista exclusiva, Dre Guazzelli fala sobre cura interna na mistura entre música eletrônica e xamanismo de seu último lançamento

Dre Guazzelli, DJ e produtor, conversou com o POP+ para contar sobre seu último lançamento, “I Am Love”, com os vocais de Aline Nascimento, uma mistura da música eletrônica e do xamanismo, mostrando que é possível sim promover cura interna por meio de uma combinação musical tão inusitada.

O artista que sempre passa boas energias por meio da música, também nos contou de onde vem suas inspirações para os projetos sociais que é envolvido, como o Berro da Pedras de Uauá, sobre sua nova fase de produções musicais autorais, como surgiu sua vontade de viver da música e como a pandemia mudou o Dre Guazzelli.

Dre Guazzelli (Foto: Sigma F)

1. Seu último lançamento “I Am Love” com os vocais de Aline, é uma track eletrônica, porém xamânica, com intenção de cura interna. Como foi produzir essa música e ouvir o resultado final? Qual foi a sensação?

“Produzir essa música foi muito maravilhoso. Eu estava para terminar um conteúdo de músicas autorais, o primeiro da minha vida, um set repleto de músicas próprias, que foi no meu aniversário em setembro, e que era pra ter sido em uma festa, o Sábado Dre Tarde, mas por conta da pandemia não rolou. A gente foi lá pra cima do heliponto, onde gravamos o set, mirando no pôr do sol, e essa música foi a escolhida para finalizar a apresentação. Produzir essa música foi muito especial, porque foi algo que eu já planejava, já tinha anotado, já existiam algumas ideias colocadas em várias viagens, mas eram projetos que ainda não tinham acontecido. E aí, se inicia um novo processo, que eu chamo de música eletrônica de cura, que é para trazer mais consciência.”

2. Como você se aproximou do xamanismo e como surgiu a ideia de passar isso pela música eletrônica?

“Me aproximei cada vez mais a partir do momento que eu parei para olhar para dentro. Acredito que o xamanismo, a meditação e o bem-estar, estão dentro de cada um de nós, a gente só precisa reencontrá-los e os caminhos principais são esses, a gente olhar pra dentro, respirar e ter práticas saudáveis. Com certeza essa união da música eletrônica e do xamanismo surgiu das próprias viagens para os festivais que realizei, e assim enxerguei ligações que eu vi serem possíveis, como por exemplo uma música que não precisa de um vocal estritamente na língua que a gente fala para ser entendido, ele pode ser mais invisível e compreendido pelo coração, assim como a “I Am Love”

3. O que te inspira a lançar projetos sociais que beneficiam tanto os outros e como é o processo para introduzir isso na música? (Exemplo: Berro das Pedras de Uauá)

“O que me inspira a lançar projetos sociais é induzir e mostrar para os outros que é possível ajudar cada um, um pouco. Não precisa ser nada extraordinário, mas se cada pessoa fizer um pouquinho, a gente vai juntar muita gente fazendo muito. O projeto de levar água para o sertão é um projeto que estou envolvido por livre e espontânea vontade, e eu sempre tento pensar nos 365 graus de uma viagem, como linkar com a música e poder juntar o útil ao agradável. A próxima ida ao sertão da Bahia foi adiada por conta da pandemia, mas com certeza no ano que vem eu vou linkar mais uma música para comemorar o lançamento de dois poços artesianos que estamos nos desdobrando para terminar esse ano ainda.”

4. Como e quando surgiu a vontade de realmente viver de música? E qual dica daria para jovens com o mesmo sonho?

“A vontade de viver de música acho que aconteceu bem cedo, desde quando eu fui para a primeira balada e ela foi se intensificando até eu ir no meu primeiro festival, em 2001 ou 2002, que era Alto do Paraíso e Transcendance, voltei e fiz um curso de DJ e falei ‘é isso’, mais nada além disso. Viajar, tocar, e agora eu vejo cada vez mais que é sobre conectar as pessoas, como transformar as pessoas através da música, da produção de eventos e da produção de música.”

5. E por último, mas não menos importante: quem era o Dre Guazzelli antes da pandemia e como você projeta o novo Dre Guazzelli pós pandemia?

“Eu antes da pandemia era um pouco menos evoluído do que hoje. A cada dia temos que ser uma versão melhor de nós mesmos, e eu batalho muito por isso através da meditação, do yoga, de boas práticas. Vejo que o Dre hoje tem inúmeras possibilidades de iniciar a tão sonhada nova fase, que é a fase de músicas próprias, autorias, colaborações com artistas, não só músicos mas artistas em geral, algo que sempre busquei desde minha primeira festa em 2003. Unir esses fatores com o tempo que a pandemia está dando e não se desesperar, usar esse tempo a meu favor, fazer o vento soprar a favor, o vento só sopra a favor pra quem tem direção, então estou direcionando cada vez mais meus sonhos, vontades e objetivos.”