O produtor WC no Beat finalmente estreou o seu tão aguardado álbum “GRIFF”, na sexta-feira da semana passada (21). Com 33 participações, que vai de Anitta à Vitão, o projeto é um dos mais ousados lançado em terras brasileiras em 2020.
Nós aqui do Pop Mais tivemos a oportunidade de falar com WC, aproveitamos então para perguntar sobre suas ideias e descobrir como funciona a genialidade por trás do hitmaker que fez o brasileiro curtir diversos gêneros musicais não tão comuns no Brasil, afinal de contas, ele é o pioneiro do trap funk.
Ouvi todo o trabalho e devo falar que estou positivamente surpreso com ele, é um álbum de muito bom gosto e produção impecável. Você sente que pode ser um álbum visual?
— Eu tenho uma vontade sim, mas com essa loucura toda que estamos passando com essa pandemia… se não fosse esse momento delicado que a gente passa, com certeza todas as faixas iriam ganhar clipe. Esse disco tem muitas boas parcerias, mas a logística agora é impossível. — Explicou o artista, por fim revelando — É uma das minhas vontades lançar todo um todo projeto visual.
O que podemos esperar do clipe da faixa ‘Cheguei’, que foi lançado na última sexta-feira? E porque essa foi escolhida como próximo single?
— A faixa ‘Cheguei’ tem um clipe que tá vindo com os “dois pés na porta”, tá ligado? — brincou — Ela é a primeira faixa do disco e tem que vir com tudo, por isso que eu chamei todo esse time. O beat tá legal, Zaac Preto show foram demais, as vozes femininas predominaram: a Karol e Rebecca fizeram um trabalho muito bom… a galera vai gostar sim. Eu realmente fiquei bastante surpreendido com esse clipe, comparado a tantos outros que já fiz.
De pausa nas minhas perguntas, falando sobre a faixa ser perfeita para o desfile da Rihanna. Depois que diversas músicas brasileiras começaram a ganhar seu espaço no mercado internacional, WC comenta confiante “Tudo é possível”.
De onde surgiu a ideia principal desse álbum?
— Eu escrevi esse disco já tem dois anos, entre trabalhos e shows. O GRIFE é como se fosse uma vitrine, onde eu consegui as melhores marcas de um álbum. Aí surgiu o meu álbum “GRIFE”, misturando o pop, o rap, o funk, o rock, o samba e trouxe pro meu estilo que é o trape funk. — Explicou sobre o conceito de como escolheu o nome do álbum.
Ele me explicou que existia um motivo para tantas parcerias, os artistas convidados tem seus nomes facilmente reconhecidos por todos, então ele fez quis fazer a menção de que cada um deles é uma grande marca de desejo no mundo moderno.
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— A capa, eu abordei a questão da mitologia grega pro meu mundo, usei a medusa pelo fato de ter animal, as marcas usam animais, como a Lascoste usa um jacaré, a Gucci usa cobras e eu acho isso genial da parte deles… mas isso da medusa eu quero que as pessoas fiquem petrificadas, sabe? Que elas se questionem “como o WC conseguiu juntar toda essa galera e ainda individualidade deles para um único álbum?”.
Dos artistas que você colaborou nesse projeto, tem algum que você gostaria de levar para vida?
— Todos. Tem pessoas que estão desde o meu primeiro álbum e assim, é pro resto da vida. Quem participou comigo nesse Griff, já tá sabendo que já temos músicas próximas prontas pra fazer mais pra frente. É uma via mão dupla: eu faço músicas com eles e os artistas fazem músicas comigo, nada mais justo que levar essa amizade primeiro e depois o trabalho. Mérito para todos que participaram, especialmente para as mulheres que vieram com a caneta de ouro. A galera nem se fala, né? Estamos com os maiores nomes da cena brasileira hoje. (…) o Griff é isso, um filho mais velho que tá indo embora com tudo encaminhado, e eu tô muito feliz com esse projeto. É mérito para todos os artistas, da minha gravadora e todo mundo que fez isso acontecer.
Qual é sua expectativa quando o Griff for oficialmente lançado?
— Já tô bem acostumado com expectativas, já lancei tanto trabalho que eu criei altas expectativas… acontece naturalmente, sabe? Eu não crio mais expectativa, sei que meu trabalho ficou bom e só depende mesmo da galera que vai curtir e levar pro resto da vida. Alguma música a pessoa vai se identificar com ela e vai levar isso pra vida. Já aconteceu de gente me falando que casou ouvindo minha música… é muito maneiro fazer esse tipo de história . Eu tenho certeza que esse trabalho vai marcar a vida de alguém de alguma forma. Eu não posso ficar ansioso, nada ficar com nervosismo. Agora é só felicidade.
Só ter todas essas pessoas nesse meu disco vale mais do que qualquer premio, mais do que qualquer dinheiro. Essa satisfação é a maior coisa que eu possa ganhar.
Qual o seu recado para quem sonha em se aventurar na música Trap?
— Nada é impossível. O resto a gente tem que tem que correr atrás. Tem que estudar… — Vale lembrar que ele estava na frente do computador trabalhando enquanto me respondia as perguntas — O estudo é diário, qualquer outro trabalho exige isso. Você tem que se capacitar, se você gosta de fazer música não desista, mas estuda. (…) Vai chegar um determinado momento da sua vida que oportunidade vai chegar e se não tiver capacitado pra isso, infelizmente a oportunidade vai embora. Eu me capacitei para quem eu sou hoje, não foi sorte, nada caiu do céu. Eu sai lá do Espirito Santo e conquistei o que eu conquistei, com trabalho, suor, dignidade, sem passar por cima de ninguém e tendo sempre com humildade.
Por fim, pedi um recado especial para seus fãs que tanto apoiam e incentivam seu trabalho:
— Muito obrigado por serem meus fãs, eu também sou muito fãs de vocês, então tá tudo certo. Esperem um WC melhorado com produção, como músico… O show novo vai ser pesadão, então se prepara! Obrigado pelo carinho pela energia boa que vocês emanam sobre mim, sobre meu trabalho.