O físico português Nuno Loureiro, diretor de um laboratório do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), foi assassinado a tiro na terça-feira, 16 de dezembro, em Boston, nos Estados Unidos. A informação foi avançada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, durante uma audição no Parlamento.
Paulo Rangel falava no início da sua audição regimental na Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas, sessão que começou com um minuto de silêncio, por iniciativa do presidente da comissão, José Cesário, em memória de duas crianças lusodescendentes, de três e cinco anos, que morreram em França na sequência de uma explosão de gás. O ministro associou-se à homenagem e comunicou aos deputados a morte do cientista português.
De acordo com a imprensa norte-americana, Nuno Loureiro, de 47 anos, foi baleado na sua residência, em Brookline, na área metropolitana de Boston, no estado de Massachusetts. O docente e investigador ainda foi transportado para um hospital da cidade, onde acabou por ser declarado o óbito. As autoridades locais abriram uma investigação por homicídio.
Desde maio de 2024, Nuno Loureiro dirigia o Centro de Ciência do Plasma e Fusão do MIT. Antigo aluno do Instituto Superior Técnico (IST), desenvolveu uma carreira de relevo internacional na área da física teórica, com investigação centrada nas aplicações da fusão.
Segundo a página oficial do MIT, o cientista tinha “um interesse ativo em vários aspetos fundamentais da dinâmica do plasma magnetizado”, incluindo reconexão magnética, geração e amplificação de campos magnéticos, confinamento e transporte em plasmas de fusão e turbulência em plasmas fortemente magnetizados e fracamente colisionais.
Marcelo destaca legado científico
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou a morte de Nuno Loureiro, sublinhando a sua “dedicação incansável à ciência” e o legado deixado à comunidade académica.
“O professor universitário Nuno Loureiro distinguiu-se pelo seu rigor intelectual, pela dedicação incansável à ciência e pelo contributo relevante que deixou na área da física”, lê-se numa nota divulgada na página da Presidência da República.
Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda que, para além do mérito profissional, o investigador era reconhecido pelo “espírito colaborativo, generosidade no partilhar de conhecimento e compromisso com o progresso científico”.
“A sua morte prematura representa uma perda irreparável para a ciência e para todos os que com ele trabalharam e conviveram”, acrescentou o chefe de Estado, que apresentou sentidas condolências à família, amigos, colegas e a toda a comunidade científica, manifestando “profundo pesar” por um ato de violência que chocou o meio académico.














































