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A pedagoga Maria Verônica Santos, conhecida por Grávida de Taubaté, falou pela primeira vez sobre a polêmica que protagonizou há 13 anos. Em conversa com Celso Portioli, ela revelou o motivo de ter mentido sobre a gravidez de quadrigêmeas.
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“Eu fui participando [da seita] e entendi que não era o que eu achava que fosse. Foi a minha vida durante sete anos”, disse. Ela justificou seu silêncio durante esse tempo por achar que teria consequências ao falar abertamente sobre o assunto.
Grávida de Taubaté participava de seita
No programa Domingo Legal, do SBT, exibido neste domingo (23), Verônica revelou que a família do marido — e pai das supostas crianças — participava da seita e a convidou para entrar no grupo.
Maria Verônica disse que integrou um ritual para engravidar — quando os participantes do grupo molharam o papel em que ela escreveu seu desejo em bebida, mastigaram e engoliram — e foi convencida de que conseguiria ficar grávida mesmo seu marido sendo vasectomizado.
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Segundo a pedagoga, ela acreditou no procedimento feito pela seita e que sua barriga chegou a crescer — o que ela explicou sendo sintomas de uma gravidez psicológica.
“Acreditava que a força que eles tinham me mostrado poderia fazer com que a gravidez acontecesse e que eles eram capazes de reverter a vasectomia”, contou na entrevista.
Ela disse que era orientada pelos participantes da seita a dizer que estava esperando quadrigêmeos — para ela, quatro demônios — e colocava panos na barriga quando iria para programas de televisão.
Ainda, Maria Verônica contou que seu marido não desconfiava da farsa e não foi cúmplice da mentira na mídia.
Ela narrou que foi ameaçada pelos participantes da seita, que invadiram sua casa durante a noite, arrombaram a porta do banheiro onde estava escondida. De acordo com ela, tinha medo de ser sacrificada.
Após ter a barriga de panos arrancada, seu marido descobriu a mentira e começou a chorar muito. A mulher contou que ninguém fez questionamentos para ela quando a farsa foi desmascarada.
“Como se eles [a família do marido] já soubessem que os bebês não existiam”, ela disse na entrevista.
No final de janeiro, a pedagoga usou as redes sociais para voltar à mídia e explicar o que a levou a construir a mentira de estar grávida de quatro meses.
Ela afirmou que está buscando retomar sua verdadeira identidade: “Muitas pessoas me conhecem como a grávida de Taubaté, mas agora quero ser conhecida como Maria Verônica”.
Relembre a polêmica da Grávida de Taubaté
Maria Verônica ganhou notoriedade nas redes sociais ao anunciar que estava esperando quadrigêmeos, uma ocorrência incomum no campo da medicina. Ela começou a participar de entrevistas em programas de TV e a exibir sua grande barriga em eventos públicos.
Naquela época, a equipe do programa que era conduzido por Edu Guedes preparou um quarto decorado para as crianças, além de coletar fraldas e outros itens essenciais para apoiar a família das meninas.
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A educadora revelou que já havia escolhido os nomes para as meninas: Maria Clara, Maria Vitória, Maria Fernanda e Maria Eduarda.
Para enganar os médicos, ela manipulou ultrasons que encontrou online, editando as fotos para fazer parecer que quatro bebês estavam se desenvolvendo em seu ventre.
A fraude foi descoberta pela jornalista Cris Flores, que se mostrou cética após uma entrevista e iniciou uma investigação, encontrando gravações de câmeras que a mostravam saindo de seu prédio sem a barriga, mesmo quando já deveria estar prestes a dar à luz.