Léo Santana foi condenado em primeira instância pela Justiça do Distrito Federal a indenizar um casal de fãs e pagar, a título de danos morais, o valor de R$ 35 mil. O caso aconteceu em 2018, durante um show do artista em Guarapari (ES). Na ocasião, os seguranças particulares do músico agrediram um casal que protestava contra o atraso da apresentação.
O show de Léo estava programado para começar às 22h na Arena Pedreira, mas iniciou com grande atraso, às 6h da manhã seguinte. Na época, viralizaram vídeos do público revoltado com o atraso e demonstrando Léo Santana irritado com os protestos. O artista interrompeu a apresentação e disse: “Me respeita, vagabundo. Vem aqui em cima falar.”
De acordo com o processo, o artista estava falando com o personal trainer Maurício Camargo Alves, que aceitou a provocação e subiu ao palco. Enquanto se dirigia ao cantor, Maurício foi surpreendido com golpes e socos por membros da equipe do músico, assim como empregados da casa de shows.
Sua mulher, Mariana de Sena Selveira, subiu ao palco para ajudar o marido e também foi contida pelos seguranças de forma truculenta. Nas palavras de testemunhas, “ela teria sido carregada pelos braços e cabelos como se fosse uma prancha”. A defesa do artista argumentou que os seguranças agiram porque houve invasão do palco.
O juiz Giordano Resende Costa analisou o mérito da questão a partir do Código de Defesa do Consumidor e entendeu que cabe aos organizadores do evento a responsabilidade por sua segurança. Negou que houve prejuízo por danos materiais sofridos pelo casal, mas assentiu ao prejuízo por danos morais.
Considerou que, em cima do palco, o artista possui poder e controle do evento: “Ao invés de apaziguar os ânimos para que o serviço fosse prestado da melhor forma aos seus consumidores, instigou a violência e expôs o autor para todo o público ali presente.” A decisão teve como respaldo declaração de testemunhas, exames do Instituto Médico Legal, áudios e vídeos.
Também foram condenados em primeira instância pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) a empresa do cantor, Leandro Silva de Santana-Me (Rebolation Produções) e demais organizadores do show, Pedreira Reciclagem Sustentável LTDA e Fatto Entretenimento. A sentença foi proferida no dia 7 de julho de 2021. Segundo o UOL, há registro de apelação para a segunda instância por Léo Santana no dia 4 de agosto de 2021.
Segunda a assessoria de imprensa do músico, o cantor apelou parcialmente da sentença que foi a seu favor, solicitando a revisão de pontos que considerou desfavoráveis a ele.
O que dizem os agredidos
Segundo o advogado do casal agredido, Valter Bruno de Oliveira Gonzaga, à época do incidente, Maurício e Mariana estavam de férias e viajaram para Vitória (ES) com a sogra e o filho pequeno, mas apenas o casal foi ao show.
O advogado diz que a ação foi do segurança “totalmente fora da curva de compreensão”. Diz ainda que Maurício realizou uma cirurgia por conta de um dedo quebrado no episódio.
Valter diz ainda que Maurício acreditava que seria recebido no palco para confraternizar e por isso foi até o músico.
Conforme a equipe do artista: “Em sua segurança, existe apenas um profissional altamente especializado e que é um Capitão reformado do Batalhão de Choque da Polícia Militar da Bahia e já trabalhou com artistas há muitos anos.”
“Os seguranças são orientados para dar um tratamento de qualidade e íntegro respeitando os limites e emoções de seus fãs e admiradores”, informou em nota. Disse ainda prezar pelo bom trato do público e de todos da equipe.