Música

Luísa Sonza: do auge ao declínio

Cantora deixa a música de lado para viver de polêmicas

Luísa Sonza: do auge ao declínio
Foto: Reprodução

Luísa Sonza é hoje um dos principais nomes da música pop brasileira. Com quase uma década de carreira, a gaúcha conquistou seu espaço no mainstream após o lançamento de diversos hits, como “Modo Turbo”, “Boa Menina”, “Cachorrinhas”, e outros. Porém, já há algum tempo, sua trajetória brilhante na música tem dado espaço para as diversas polêmicas que permeiam sua vida pessoal.

Há quem diga um bom popstar precisa de polêmicas, mas parece que Sonza perdeu a mão no que de fato vale ou não a pena para sua carreira. Com voz potente e beleza incontestável, a cantora de 25 anos parece se agarrar cada vez mais ao ditado popular “fale bem ou fale mal, mas falem de mim”.

Neste final de semana, vimos a triste cena onde Luísa confrontou um repórter durante uma entrevista ao vivo no Lollapalooza Brasil, festival onde ela se apresentou na sexta-feira (21). Guilherme Gudes aguardava uma entrevista com a cantora, quando foi surpreendido. “Você que falou que eu gritava. Ele falou que eu e a Demi [Lovato] gritávamos. Vai ver eu gritando muito mais ainda”. A fala da cantora para Guedes repercutiu nas redes sociais.

Luísa se referia a um comentário feito pelo mesmo repórter no ano passado, após uma participação de Sonza no show de Demi Lovato no festival The Town. Na ocasião, ele afirmou que as duas cantoras fizeram uma batalha de gritos.

View this post on Instagram

A post shared by POP Mais (@portalpopmais)

Logo após o show no Lolla, Sonza conversou com o g1 e afirmou que recebe bem as críticas. “É óbvio que eu escuto [as críticas]”, diz a cantora. “Por mais que [as críticas] não venham de uma forma construtiva, eu tenho humildade de falar: ‘puta, a pessoa quis me ferrar aqui, mas tem um fundo de verdade'”, diz a cantora.

Porém, o que vimos nesse fim de semana vai na contramão do que a artista prega, não é mesmo?

Declínio

Após uma sequência de hits, Luísa Sonza parecia viver o sonho de todo artista emergente: o sucesso. Mas, a cantora estava prestes a despencar do penhasco, como a mesma se referiu aos acontecimentos que fariam sua subida ao estrelato se tornar a sua maior dor de cabeça.

Desde que se separou de Whindersson Nunes, em um divórcio permeado de polêmicas, as fofocas em torno da loira só aumentaram. Termômetro de sucesso ou fórmula saturada?

A separação do humorista foi permeada por rumores de que ela havia traído o marido. Isso ainda mais após iniciar um namoro com Vitão, apontado como pivô da separação com o piauiense. Porém, o namoro com cantor veio acompanhado do lançamento de uma parceria, o que para muitos pareceu uma estratégia para ganhar os holofotes. E deu certo. “Flores” foi um sucesso, bateu recordes no YouTube e Spotify, surfou semanas no topo das músicas mais tocadas nas rádios do Brasil e rompeu o nicho “pop”, apresentando Sonza para a grande massa.

Passado o hype do single, o namoro com Vitão acabou. Na época, Sonza culpou os ataques que ambos sofriam na internet como motivo para o término… Marketing ou não, no mesmo período Luísa lançou seu álbum de maior sucesso, “Doce 22”. Na tracklist, ela canta sobre seu ex, Whindersson, na faixa “Penhasco”, e tece deboche e alfinetadas em forma de desabafo em outras faixas, citando as diversas críticas que recebera na internet no período que sucedeu seu fim com o humorista.

Não bastasse, no mesmo período foi divulgado que a loira foi alvo de um processo onde uma mulher a acusou de racismo. A partir daí, a simpatia do público com Luísa se foi. Isso porque o comportamento da cantora em assumir o erro, que partiu do que chamamos de “racismo estrutural” e sua em se pronunciar sobre o assunto, dividiu o público, que passou a vê-la como mimada. Os anos se passaram, o processo foi encerrado com um acordo. Mas a mancha na imagem da gaúcha não desapareceu.

Luísa Sonza
Luísa Sonza e Chico Moedas – Foto: Reprodução

Essa estratégia – ou simples coincidência – de unir lançamentos com crises na vida pessoal renderam números astronômicos para a cantora, mas também um desgaste de imagem. Em meio a tudo isso, Sonza rompeu de forma não amigável com a Universal Music, sua gravadora até então.

Pouco tempo depois ela assinou contrato com a Sony Music, onde está até agora e, recentemente lançou o álbum “Escândalo Íntimo”. O título do disco não foi à toa, ela, mais uma vez, resolveu explorar as fofocas de sua vida pessoal e transformar em música. Não que isso seja um erro, mas a abordagem realmente gerou opiniões divergentes.

“Chico”, um dos principais sucessos do disco, foi composta para o seu então namorado, Chico Moedas. Mais tarde, ela foi à TV Globo anunciar o fim do seu namoro com o rapaz, após descobrir uma traição. Bom, adicione a isso um documentário lançado na Netflix, que não melhorou muito a percepção do público sobre a personalidade da cantora.

Realmente um escândalo íntimo, que, após ela tanto criticar os ataques que recebe nas redes sociais e a “invasão” de sua vida privada, ela mesma fomentou. A ideia que passa é como se tudo o que ela planeja em sua vida é baseado em um vício de ficar eternamente nos holofotes. Entretanto, Sonza vem se apagando com a permanência diante da luz que ela insiste em acender sobre sua vida particular.

Quais aprendizados ela tira de seu próprio caminhar? A eterna busca em aparecer por aparecer, não pela sua arte, já beira o irreversível. Pode ser difícil, mas ainda não é uma causa perdida ter uma Luísa Sonza artista de verdade, não apenas uma candidata a subcelebridade.