
Durante a manifestação realizada no último domingo (6) na Avenida Paulista, em São Paulo, que teve como foco o pedido de anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro em Brasília, o pai de santo Sérgio Pina, conhecido por ser o orientador espiritual da cantora Anitta, esteve ao lado de Bolsonaro e políticos de direita altamente conservadores como Silas Malafaia e Padre Kelmon clamando pelo “pedido de perdão”.
“Estamos todos aqui unidos pelo Brasil. Quero chamar nosso pastor Silas Malafaia, o Padre Kelmon e também o representante das religiões de matriz africana, Sérgio Pina. Todos juntos pela liberdade de expressão e pela defesa do nosso país. Obrigada por estar conosco, Sérgio”, declarou Michelle, ao cumprimentar o pai de santo diante do público.
Sérgio Pina já havia utilizado suas redes sociais para convocar fiéis e apoiadores a participarem da manifestação. Em seu discurso, reforçou que o evento era pacífico e centrado na busca por justiça e liberdade.
“Essa é uma mobilização pacífica, que clama por liberdade. Nós, praticantes do candomblé, umbanda e espiritualistas em geral, estamos juntos nessa causa. Defendemos penas justas e liberdade para quem está sendo punido de maneira desproporcional. Quem errou, deve ser responsabilizado, sim — mas dentro do que é justo”, afirmou.
A presença de Sérgio Pina na manifestação gerou repercussão negativa entre os fãs de Anitta, que usaram as redes sociais para expressar surpresa e desapontamento com o posicionamento do pai de santo. Muitos criticaram o alinhamento dele com figuras do campo conservador, apontando incoerência com os valores progressistas que a cantora costuma defender.
“Inacreditável ver alguém que está no clipe de Aceita marchando ao lado de quem ataca nossas liberdades”, escreveu uma usuária no X (antigo Twitter). Outro comentou: “Ele representa uma religião perseguida e ainda assim apoia quem já incentivou esse tipo de intolerância. É frustrante.” Já uma terceira pessoa disparou: “Decepcionado. Anitta sempre foi voz de resistência, e o pai de santo dela do lado do Bolsonaro? Não faz sentido.”