A história de Tainara Souza Santos, de 30 anos, ganhou repercussão nacional após o atropelamento que a deixou gravemente ferida na Marginal Tietê, em São Paulo, no último sábado (29). Antes da tragédia, Tainara era vista por familiares e amigos como uma mulher alegre, trabalhadora e dedicada aos filhos.
Mãe de duas crianças — um menino de 12 anos e uma menina de 8 — ela conciliava a rotina materna com o trabalho na produção de uma agência de comércio eletrônico. Pessoas próximas afirmam que Tainara vivia um período de novos planos quando foi surpreendida pelo ataque.
A amiga de infância Letícia Dias descreve Tainara como alguém cheia de vida e afeto. “Tudo o que ela puder aproveitar dessa vida, ela aproveita”, contou. Segundo Letícia, a tragédia contrasta com a imagem da amiga, lembrada pelo riso fácil. “Ela estava fazendo as coisinhas dela, planejando várias coisas, mas infelizmente veio essa tragédia. Ela é uma menina muito gente boa, mas o que aconteceu vai marcar a vida dela”, lamentou.
O irmão, Luan, reforça o perfil leve e carismático da jovem. “Ela é alegre, gosta de sair, curtir, não arruma briga, é querida, faz todo mundo sorrir, é brincalhona”, disse. Nas redes sociais de Tainara, aparecem registros de viagens e momentos descontraídos, sempre acompanhados de legendas bem-humoradas.
O ataque
Tainara perdeu as duas pernas após ser atingida e arrastada por um carro na Marginal Tietê, na zona norte da capital paulista. Motoristas que passavam pelo local perceberam que havia alguém preso do lado de fora do porta-malas de um veículo preto e interromperam o trânsito para socorrê-la.
Ela foi levada ao Hospital Municipal Vereador José Storopolli, onde permanece internada na UTI. De acordo com os advogados da família, Fabio Costa e Wilson Zaska, seu estado é grave, porém estável e sem risco de morte.
Imagens de câmeras de segurança mostram Tainara caminhando com um homem momentos antes de ser atingida por um Volkswagen Golf, conduzido por Douglas Alves da Silva. As gravações capturam tanto o impacto quanto o arrasto, evidenciando a violência do ataque.
A defesa da família afirma que o motorista era um ex-ficante da jovem e que já a perseguia havia algum tempo. O irmão de Tainara confirma que os dois não mantinham um relacionamento formal.
Investigação
A Polícia Civil investiga o caso como tentativa de feminicídio. A Secretaria da Segurança Pública informou que as apurações indicam que o suspeito teve intenção de atropelar e matar a vítima. Com base nos depoimentos e nas imagens, os investigadores identificaram Douglas Alves da Silva, de 26 anos, como o responsável pelo ataque.
A ocorrência está registrada no 73º Distrito Policial (Jaçanã). Familiares, amigos e os advogados de Tainara afirmam que acompanharão de perto todos os desdobramentos da investigação. Em comunicado nas redes sociais, a defesa declarou que o caso “jamais ficará impune” e que “a justiça será feita”.