Nesta segunda-feira (9), Luigi Mangione, de 26 anos, foi identificado como suspeito no assassinato de Brian Thompson, CEO da maior empresa de planos de saúde dos EUA, a UnitedHealthCare. Mangione foi preso pelas autoridades policiais dos EUA e segue sob custódia.
O crime aconteceu na última quarta-feira (4), quando um homem alvejou Thompson em frente a um hotel no bairro de Manhattan, em Nova York.
Quem é Luigi Mangione?
Luigi Mangione foi preso em 9 de dezembro em Altoona, Pensilvânia, após um funcionário de um McDonald’s local considerá-lo suspeito.
Durante a prisão, a polícia encontrou uma arma de fabricação caseira que corresponde à usada no crime, além de um silenciador e documentos de identidade falsos.
“Ele também está de posse de vários itens que acreditamos que o conectarão a este incidente”, disse o prefeito de Nova York, Eric Adams, em coletiva.
Em um manifesto encontrado com Mangione, ele teria afirmado que “esses parasitas mereceram” e “peço desculpas por qualquer conflito e trauma, mas tinha que ser feito”, de acordo com a CNN.
Antes do crime, Mangione morava em Honolulu no Havaí. Ele teve destaque academicamente, sendo orador da turma de 2016 da Gilman School, uma escola de ensino médio masculina de Baltimore, Maryland, além de ter estudado na renomada universidade de Penn State, uma das mais prestigiadas do país, onde alcançou mestrado em engenharia da computação.
Ele não foi formalmente acusado de nenhum crime até o momento, mas deve ser acusado de porte de arma em Nova York e Pensilvânia, disse Joe Kenny, chefe de detetives da polícia da cidade.
“Os policiais recuperaram um documento manuscrito que fala sobre sua motivação e mentalidade”, comissária de polícia da cidade de Nova York, Jessica Tisch
Em uma crítica postada no site Goodreads e replicada pelo The New York Times, Luigi afirma que a “violência pode ser o caminho para mudança política” em um comentário sobre um livro de Ted Kaczynski, o Unabomber, famoso terrorista anarcoprimitivista dos EUA.
Em segundos, Mangioni ganhou milhares de seguidores em sua conta do Twitter, já sendo seguido por mais de 30 mil pessoas nas redes.
O que aconteceu?
Na manhã da última quarta-feira (4), Brian Thompson, CEO da UnitedHealthCare, foi morto a tiros por um homem encapuzado em Manhattan, Nova York. O crime ocorreu enquanto Thompson chegava a um evento da empresa.
A UnitedHealthCare é a maior empresa de seguros de saúde dos Estados Unidos, com receitas estimadas em US$ 455 bilhões para 2024, cerca de R$ 2 trilhões.
Thompson liderava uma empresa frequentemente criticada pela negação de coberturas e procedimentos médicos. Essas práticas têm sido apontadas como símbolos das falhas do sistema de saúde predominantemente privado dos EUA.
Em 2023, a UnitedHealthCare foi alvo de uma ação coletiva em nome de pacientes que faleceram após a negativa de procedimentos. A empresa utilizava uma ferramenta de inteligência artificial para avaliar os pedidos, mas investigações revelaram que a tecnologia apresentava uma taxa de erro de 90%, fato conhecido pela companhia. Apesar disso, o sistema foi mantido, pois estimava-se que apenas 0,2% dos pacientes apelariam das negativas.
Esse não foi o único caso polêmico envolvendo a empresa. Em 2008, a UnitedHealthCare foi multada em US$ 173 milhões por mais de 900 mil violações da Lei das Práticas Injustas de Seguro na Califórnia.
Nas redes sociais, muitos usuários expressaram críticas à atuação da empresa, com algumas mensagens de tom irônico. Um comentário dizia: “Autorização prévia é necessária para pensamentos e orações”, ironizando a UnitedHealthCare. Outro, mais incisivo, afirmou: “Brian Thompson, o CEO da UnitedHealth que enriqueceu negando assistência médica a seres humanos com famílias, merecia absolutamente pior do que recebeu.”