Após o caso do golpe do pix na filial de Salvador, a Record enfrenta um novo problema pelo caminho, desta vez na emissora localizada em Belém, no Pará. O canal com matriz em São Paulo, sofre com um processo pelo Ministério Público Federal após a versão regional do ‘Balanço Geral’ violar os direitos humanos.
Isso porque segundo o MPF, a atração comandada pelo apresentador Marcos Pimenta, as edições das últimas semanas estão sendo analisadas, com reportagens em que os jornalistas entrevistam presos em delegacias, sem conceder o direito de reposta.
A ação é movida no Tribunal de Justiça do Pará. Além da Record, a União e o judiciário do estado também irão responder aos crimes por falta de monitoramento. Como a emissora de Edir Macedo é uma concessão do Grupo Record, a emissora vai responder pela filial.
No processo, a TV do Pará é acusada de racismo. Em um trecho do documento em que o site Notícias da TV teve acesso, há preconceitos estruturais em matérias chamadas de sensacionalistas.
“O que se constata nas matérias jornalísticas acostadas é o mais puro sensacionalismo em relação ao ser humano em condição de sujeição especial do Estado. Revelam, também, um racismo e um preconceito estruturais infelizmente enraizados na sociedade, ao retratar, na grande maioria dos casos, pessoas pretas e pobres, privadas da garantia à presunção de inocência e de direitos fundamentais básicos, como o direito à imagem e o direito ao acesso à consulta com profissional advogado, antes de qualquer pronunciamento.”
A Record TV vai ter que assinar um termo, se comprometendo a não exibir os conteúdos no qual foi denunciada pela Secretaria Extraordinária da Cidadania e dos Direitos Humanos de Belém, em 2020.
Além disso, a emissora pode pagar uma multa de R$ 1 milhão, mais R$ 10 mil pelo descumprimento por cada termo assinado e que foi violado. A programação também deverá ter campanhas educativas sobre o assunto.