Patrícia Abravanel tornou-se alvo de uma onda de ataques nas redes sociais após publicar fotos ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da primeira-dama Janja da Silva durante visita do casal ao SBT. As imagens, divulgadas nos stories do Instagram na sexta-feira (12), mostram a apresentadora e sua irmã, Daniela Beyruti — presidente da emissora — recepcionando o presidente na sede do canal.
A publicação gerou forte reação negativa de parte do público, especialmente de telespectadores identificados com a direita e com o bolsonarismo. Entre os comentários deixados no perfil de Patrícia, aparecem críticas duras e ofensas pessoais, com ameaças de boicote à emissora e acusações de alinhamento político ao governo federal. Diante da repercussão, a apresentadora restringiu os comentários em algumas postagens.
O encontro ocorreu durante a cerimônia de lançamento do SBT News, novo canal de notícias da emissora, que estreia nesta segunda-feira (15) e pretende concorrer com GloboNews, CNN Brasil, Jovem Pan News, Record News e BandNews na TV por assinatura. Além de Lula e Janja, o evento reuniu diversas autoridades e nomes da política nacional.
Durante a solenidade, o presidente conversou com Íris Abravanel, viúva de Silvio Santos. Em um momento de emoção, os dois se abraçaram, e Lula beijou a testa da autora. O casal presidencial também foi recebido pela presidente do Grupo Silvio Santos, Renata Abravanel, além de outros executivos da empresa.
Reação e posicionamento
Em resposta às críticas, Patrícia Abravanel publicou um documento histórico do SBT, datado de março de 1988 e assinado por Silvio Santos, que estabelece diretrizes editoriais para o jornalismo da emissora. O texto ressalta princípios como isenção, defesa do contraditório e apartidarismo, destacando que “o público quer informação, não ideologização da notícia”.
A publicação, no entanto, intensificou a insatisfação de setores conservadores. Influenciadores de direita passaram a criticar publicamente a emissora e a defender boicotes. Nas redes, o SBT chegou a ser apelidado pejorativamente por críticos, que acusam a empresa de alinhamento ao governo.
Relação histórica com a política
Embora Silvio Santos tenha sido historicamente associado a uma postura simpática à direita, especialmente desde a concessão da emissora durante o regime militar, o empresário sempre manteve relação institucional com diferentes governos. Em 1989, Lula participou do programa Show de Calouros durante a campanha presidencial, e, em 2020, Silvio Santos visitou o presidente em Brasília.
Especialistas do setor avaliam que a postura das herdeiras segue uma lógica de pragmatismo empresarial. Emissoras de televisão dependem fortemente de verbas publicitárias, incluindo anúncios do governo federal, o que torna o diálogo com o Poder Executivo estratégico para a sustentabilidade do negócio.
Apesar de serem evangélicas e vistas como conservadoras nos costumes, as filhas de Silvio Santos demonstram priorizar interesses comerciais e institucionais em detrimento de alinhamentos ideológicos explícitos.
Na recepção às autoridades, Patrícia contou com o apoio do marido, Fábio Faria, ex-ministro das Comunicações no governo Jair Bolsonaro, que atua nos bastidores como responsável pelas relações institucionais e políticas do SBT News. Foi ele, inclusive, quem articulou visitas de Bolsonaro a Silvio Santos em 2018 e 2021, na residência do apresentador, em São Paulo.














































