Como muitos já sabem a apresentadora Maria Cândida deixou a TV Aparecida no final de janeiro para dar inicio a um novo projeto.
Conhecida pelo carisma e simpatia, ela passou pelas maiores emissoras do país. Ganhou o apelido de “repórter dos famosos”, já que em sua passagem no Programa do Gugu do SBT, entrevistou dezenas de celebridades de Hollywood.
Agora, ela parte para um novo desafio. As mídias digitais. E nós batemos um papo bem legal sobre esse projeto, chamado “#FalaNaCaraDaMaria”.
Confira:
Como se sente, começando um projeto no YouTube após tantos anos de TV? Algo que é arquitetado e produzido por você? É possível sentir a diferença em relação à TV, já no primeiro programa?
– Uma aprendiz na nova era digital, que eu amo infinitamente. Aprendo a cada minuto, treino novas possibilidades a cada segundo, e sinto muito prazer com esse desafio. Eu me sinto uma menina, de 20 anos, recém saída da faculdade de jornalismo. Tudo que aprendi na TV, desde 1994 (quando vocês provavelmente estavam no céu, rs) me ajuda muito, porque a base da comunicação para mim é a mesma: a informação. Preciso entender primeiro se existe algum tipo de informação, seja ela qual for, depois vou para a forma que vou comunicar aquilo. Pode ser pela TV, internet, rádio, Whatsapp, no Youtube. Eu me vejo, hoje, ligada a qualquer plataforma digital que consiga me comunicar, falo que o canal, o Instagram são a minha TV particular. Só para relembrarmos, a informação chegou por papel, depois na rádio (que passa por uma reinvenção com o youtube), depois na TV. E esses três seguiram por décadas juntos até que… chegou o computador, a internet e por aí vai. A internet mudou tudo, a forma que as pessoas obtém conteúdo, seja ele jornalístico, de entretenimento, variedades, música, tudo… A TV ainda é muito importante em países pobres. Por que? Devida a baixíssima qualidade de conexão. Em muitos lugares do Brasil, a conexão é péssima, tudo trava, e a pessoa só tem a possibilidade de assistir à TV aberta. Isso ainda acontece muitíssimo. Se a conexão melhorar por aqui, poderemos fazer um excelente trabalho gerando conteúdo para o brasileiro que mora lá numa cidadezinha do Amazonas, e tem que pegar barco para ir à escola. Mas se houver conexão, esse jovem assistirá a aulas virtuais, inclusive de outras Universidades, terá informação precisa se acessar canais certos e não ficará multiplicando infos duvidosas que um passa para o outro no Whatsapp, sem checar nada. Acho importante, as pessoas entenderem a dimensão de uma informação leviana. A internet traz a luz e a tentação. Quer aprender, tem tudo. Quer só aprender bobagem, tá cheio.
Como surgiu a ideia?
– Como eu sempre estive muito próxima das notícias, amo me informar, comecei a sacar que o movimento está do outro lado, do digital, faz tempo. Enrolei até muito, porque não tinha tempo, porque não tinha paciência de pegar o celular e gravar, porque meu trabalho triplicou depois que me tornei digital. Enfim, todos os fatores juntos. Mas o meu primeiro namoro com o digital foi quando comprei espaço para transmissão em uma plataforma digital chamada Livestream, em 2013, e comecei a fazer testes, de casa. Uma, duas vezes na semana, entrava ao vivo, conversava com as pessoas e respondia no bate papo. Pagava 1000 por mês para fazer isso. Hoje, a gente entra ao vivo, e não gasta. O duro é virar na internet para ganhar dinheiro e o seu trabalho ser pago. Esse é o desafio, pelo menos o meu. As pessoas me encontram na rua e algumas vezes falam: parou de trabalhar? Eu brinco e digo: quando trabalhar no digital vai ser considerado emprego??? Rs. Eu me divirto com esse momento de transição. Não acredito no fim da TV. Acredito que vai continuar, e pelo menos no Brasil vejo nichos que não acabam tão cedo na TV aberta como o futebol (que o brasileiro ama e dá dinheiro), novelas (outro hábito do brasileiro), que terão cada vez mais média e curta duração, com caminho certo para séries, o jornalismo e, obviamente, reality shows segmentados, fenômeno mundial que só aumenta. A TV a cabo tem que se reinventar. Ninguém vai pagar mais 150, 200 reais para assistir TV a cabo.
Você descreve o projeto como “Foco total no FEMININO” e no seu programa de estreia, você vestiu uma camisa com a legenda “Woman Power”. Podemos esperar pautas polêmicas como “feminismo”?
– Não sei se polêmicas, mas pautas com olhar feminino, focadas no que pode facilitar a vida da mulher, em como ela pensa, em movimentos de mulheres que geram ideias interessantes. Não sou xiita de nada. Mesmo. Minha função é colocar no jogo e gerar reflexão, risadas e com informação, as mulheres terão mais certeza, claro que depende de cada uma, sobre o que desejam para a sua vida. Temos milhões de mulheres, no mundooo, que vivem aprisionadas a estereótipos do que é “adequado” para o feminino. Mas será? Como temos milhões lutando para que alguns comportamentos machistas sejam ajustados. Vejo muitos homens conscientes desse movimento e querendo se ajustar… Ou por pressão do mundo ou porque refletem sobre isso e entendem que a história para as mulheres foi bem pesada.
No seu currículo, temos vários programas de TV, do entretenimento ao jornalismo. Você considera esse seu maior desafio como apresentadora?
– Acho que cada época teve seu desafio importante e válido. Quando nem sabia escrever para jornal, o que era realmente notícia, foi o primeiro. Era foca de tudo. Foca é o termo usado para jornalista iniciante. Depois foi entender que pegar um microfone e falar, e encurtar o seu texto ao máximo, para ser objetiva e pontual, foi outro desafio. Pegava no microfone como a gente pega sushi… Não sentia que o meu microfone era a extensão do meu braço. Depois, virei apresentadora e tem todo o lance que precisa saber falar, gesticular, tem todo um corporal envolvido, porque o repórter geralmente aparece em plano americano e muitos dos meus outros programas eu aparecia inteira, andava, falava, virava, enfim… Agora, estou na internet, onde estou reaprendendo, juro que depois te conto minhas descobertas.
Para finalizar, o que o público pode esperar do projeto como um todo? Há possibilidade dele migrar para a TV?
– Uma pessoa, uma mulher madura que já foi casada, teve filho, que trabalhou a vida inteira, e que prioriza a informação. Por mais que algum vídeo seja uma bobagem, existe um conceito por trás dele. Eu sou séria, às vezes, com posicionamentos que acho importantes, embarco em aventuras, me divirto, dou muita risada (porque sou assim), sempre verdadeira, com transparência. Acredito no mundo colaborativo, acredito na honestidade, em fazer certo, ter valores. Isso que o público pode esperar. E, claro, peço muito que divulguem o canal e o Instagram. O número de likes, seguidores etc é muito importante para conseguirmos nos estabelecer neste mercado.
Nós do POPMais desejamos todo sucesso para Maria Cândida.
Vocês já podem acompanhar os vídeos do canal clicando no link abaixo:
https://www.youtube.com/user/mariacandidatv