A atriz e humorista Zilda Cardoso (1936–2019), consagrada pelo público como a irreverente Dona Catifunda, foi encontrada morta em seu apartamento em São Paulo há seis anos. Aos 83 anos, ela vivia sozinha no imóvel, localizado no bairro de Santa Cecília, região central da capital paulista. À época, a polícia classificou a morte como natural, mas um detalhe chamou a atenção dos investigadores: segundo informações apuradas, a atriz fumava aproximadamente três maços de cigarro por dia.
Zilda foi encontrada caída em casa depois que a diarista estranhou a ausência de contato naquele dia. Preocupada, a funcionária foi até o prédio e, ao encontrá-la desacordada, pediu ajuda ao zelador, que acionou o Corpo de Bombeiros. O óbito foi constatado no local. De acordo com a polícia, a atriz não tinha problemas de saúde conhecidos e contava com visitas regulares de uma cuidadora.

Muito querida por vizinhos e comerciantes da região, Zilda mantinha uma rotina simples e era presença frequente em estabelecimentos próximos de casa. Costumava almoçar diariamente com amigas em uma churrascaria do bairro. “Ela vinha sempre, adorava comer frango”, relembrou um garçom que a atendeu por cerca de dez anos. A notícia de sua morte causou comoção entre moradores e lojistas de Santa Cecília.
Carreira marcada pelo humor popular
Nascida em São Paulo, em 4 de janeiro de 1936, Zilda Cardoso iniciou sua trajetória artística no começo dos anos 1960. Sua estreia na televisão aconteceu na TV Paulista, onde substituiu a atriz Eloísa Mafalda em um programa humorístico. O talento logo chamou atenção, abrindo caminho para participações em atrações de grande sucesso, como O Riso é o Limite e A Praça da Alegria, criada por Manuel de Nóbrega.
Foi nesse ambiente que surgiu sua personagem mais famosa, Dona Catifunda, uma mendiga debochada, dona de bordões marcantes, que atravessou décadas da televisão brasileira. A personagem esteve presente em programas como Praça Brasil, A Praça É Nossa e Escolinha do Professor Raimundo, tornando-se um ícone do humor popular e garantindo reconhecimento a Zilda por diferentes gerações.
Além do humor, a atriz também construiu uma sólida carreira em novelas, séries e no cinema. Na TV Globo, participou de produções como Meu Bem, Meu Mal, Os Trapalhões, Delegacia de Mulheres e Você Decide. No cinema, atuou em filmes como O Lamparina, Meu Japão Brasileiro e em produções ao lado de Mazzaropi, reforçando sua versatilidade artística e seu lugar na história do entretenimento brasileiro.















































