Que este foi um péssimo ano para o Facebook, não há dúvidas. A empresa entrou e saiu de 2018 afundada em escândalos. E agora mais um veio a tona. O que acontece é que uma matéria do The New York Times afirma que a empresa está envolvida em mais polêmicas sobre invasão de privacidade.
De acordo com a matéria publicada pelo jornal americano, um acordo entre o Facebook, Netflix, Spotify e o Royal Bank of Canada, dava poderes para que as companhias pudessem ler, escrever e até mesmo apagar as mensagens dos usuários. O Spotify tinha acesso às conversas particulares de nada menos do que 70 milhões de pessoas. Além das citadas, a publicação revela mais pactos semelhantes, com outras 150 empresas, em sua maioria do setor tecnológico.
Amazon, Sony, Microsoft e Yandex tinha acesso nomes e endereços de e-mail por meio do seus contatos no Facebook — embora grande parte dessa movimentação tenha sido restringida em 2014. Em troca, a gigante varejista de Jeff Bezos, por exemplo, teria fornecido à rede social listas de contatos para sugerir conexões aos usuários.
Em nota, o Facebook alega que praticava sim tal conduta, mas com o intuito de melhorar o uso conjunto dos usuários às diversas plataformas das empresas, o famoso “Fazer Login com o Facebook”. “Os parceiros tiveram acessos às mensagens? Sim. Mas as pessoas tinham que concordar explicitamente com isso no Facebook ao usar o recurso de mensagens. Por exemplo, o Spotify. Depois de acessar sua conta do Facebook na aplicação desktop Spotify , você pode enviar e receber mensagens sem sair do aplicativo. Nossa API forneceu aos membros acesso às mensagens do usuário para aprimorar esse tipo de função”, diz a nota.
A Netflix se defende, afirmando que jamais acessou mensagens ou qualquer dado particular dos usuários. “ao longo dos anos, tentamos várias maneiras de tornar a Netflix mais social. Um exemplo disso foi o recurso que lançamos em 2014 que permitiu que os membros recomendassem programas de TV e filmes para seus amigos do Facebook via Messenger ou via Netflix. O recurso nunca foi muito popular, então o desligamos em 2015. Em nenhum momento acessamos as mensagens particulares das pessoas no Facebook ou pedimos para conseguir fazê-lo.”
O Spotify alega não saber que tinha acesso tão profundo aos dados dos usuários do Facebook. A Amazon se defendeu afirmando que o trato não violava sua política de privacidade, pois os próprios clientes concordaram ao sincronizar suas contas com as da companhia de Mark Zuckerberg.
No início de 2018, o Facebook protagonizou o escândalo de Cambridge Analytica, que expôs como a rede social usava os dados de usuários, e como isso foi decisivo no cenário político americano, que culminou na eleição de Donald Trump. Em setembro, uma brecha no firewall do servidor comprometeu 50 milhões de contas e neste mês, fotos privadas de 6 milhões de usuários foram expostas para apps.
Que ano hein?!