Celebridades

Marco Pigossi desabafa sobre sexualidade: “Sentia um pânico de ser descoberto gay”

Marco Pigossi desabafa sobre sexualidade: “Sentia um pânico de ser descoberto gay”
Foto: Reprodução

Em entrevista à revista Piauí, o ator Marco Pigossi deu um longo depoimento no qual relatou a a jornada para assumir sua orientação sexual, desde a adolescência em São Paulo até a vida adulta como galã da Globo. Hoje o ator de 32 anos mora em Los Angeles e namora o cineasta italiano Marco Calvani, com quem apareceu em uma foto de mãos dadas em uma praia no Dia de Ação de Graças americano.

Na entrevista, Marco Pigossi conta que teve um relacionamento escondido de oito anos com um rapaz, enquanto morava no Brasil. Segundo o ator, sair com o namorado o aterrorizava por causa do medo de ser descoberto pelo público e que isso afetasse sua carreira.

“A paranoia fazia com que uma simples ida ao cinema com meu companheiro, algo trivial na rotina de um casal, fosse precedida de muita angústia. Eu pedia para amigos irem conosco, só para evitar que eu fosse visto sozinho na companhia de outro homem. Era um conflito interno constante: eu não podia deixar o medo me vencer, eu tinha que ir ao cinema, mas, ao mesmo tempo, sentia um pânico de ser descoberto gay”, explica.

O ator falou ainda que que se distanciou do pai, Oswaldo Pigossi, eleitor de Jair Bolsonaro, após as eleições presidenciais.

No depoimento, Marco contou que não tinha referências gays em sua casa e que achava que sua orientação era algo passageiro. “Eu não tinha referência alguma no meu convívio e, quando assistia à televisão, nada servia como alento. Nas novelas ou nos programas de humor, quase sempre os gays eram retratados de forma caricata, pejorativa. Então, me sentindo solitário e sem amparo, me restava torcer para que fosse apenas uma fase”, explicou ele, que entrou para o teatro aos 15 anos.

Pigossi lembrou que seu primeiro papel de destaque foi em Caras & Bocas, de Walcyr Carrasco, em 2009, vivendo um gay afeminado. “Na minha cabeça, não havia nenhuma margem de chance para eu me assumir. Se fizesse isso, todas as portas se fechariam para mim de forma automática (…) Essa possibilidade me aterrorizava”, lembrou ele, que fez terapia durante a trama três vezes por semana para lidar com os sentimentos conflitantes criados pela situação.