Morreu, nesta quinta-feira (9), o ator estadunidense Robert Blake, aos 89 anos. A informação foi confirmada por Noreen Austin, sobrinha de Blake, em comunicado à imprensa. De acordo com ela, a causa foi uma doença cardíaca.
Blake foi uma figura controversa em Hollywood. Aclamado como um dos melhores atores de sua geração, ganhou notoriedade pelo papel do assassino na vida real Perry Smith no filme “A Sangue Frio”, de Truman Capote. Mas, da aclamação da academia, por sua atuação na telas, ele passou à notoriedade por uma tragédia familiar, quando foi julgado – e absolvido – pelo assassinato de sua esposa, Bonny Lee Bakley.
Mesmo inocentado, um júri civil o considerou responsável pela morte dela e ordenou que ele pagasse US$ 30 milhões à família de Bakley, uma sentença que o levou à falência. Foi um final vergonhoso para uma vida vivida sob os holofotes desde a infância.
O crime
Em 2001, a segunda esposa do ator, Bonny Lee Bakley, foi encontrada morta do lado de fora de um restaurante. Blake foi acusado de matá-la e preso em 2002, além de ter conspirado contra as investigações e mentir.
Contudo, em 2005, em seu julgamento, que durou três meses, o júri o inocentou de todas as acusações. Após o veredito, Blake chorou no ombro de seu advogado.
Seus filhos não acreditaram na inocência de seu pai e abriram novo processo de homicídio culposo, mas o assassinato de Bonny segue, até hoje, para a polícia, sem solução.
A Sra. Bakley tinha 44 anos quando foi morta com dois tiros na cabeça, enquanto estava em um carro logo após ter almoçado com o ator. Blake afirmou que a levou até o veículo, mas que voltou para o restaurante para buscar sua arma, que havia deixado lá. Ele alegou ainda que já a encontrou ferida.
Contudo, durante o julgamento, ficou claro que o casamento dos dois não estava nada bem. A esposa de Bakley tinha ao menos uma dúzia de pseudônimos e dez ex-maridos.
A defesa alegou que ela prendeu Robert em um casamento sem amor ao engravidar de seu filho. Assim, o motivo de Blake, que se referia à esposa como “porca”, foi estabelecido. Mas o júri não acreditou em seu depoimento, devido ao seu histórico de abuso de drogas.
O juiz ordenou que Blake recebesse de volta seu passaporte e US$ 1,5 milhão de fiança.
Em seus últimos anos, Blake escreveu suas memórias, “The Life of a Rascal” (“A Vida de um Patife”, em tradução livre), e viveu tranquilamente na área de Los Angeles, curtindo jazz, tocando violão, lendo poesia e assistindo a filmes clássicos de Hollywood.
Um memorial privado será realizado para homenagear sua vida. Em vez de flores, a família pediu que sejam feitas doações para a instituição City of Hope.
Com informações de Deadline















































