O cantor e compositor mineiro Lô Borges, um dos nomes mais emblemáticos do movimento Clube da Esquina, faleceu neste domingo (2), aos 73 anos. Internado desde outubro devido a uma intoxicação medicamentosa, Lô deixa um legado repleto de canções que marcaram gerações e influenciaram diversos artistas no Brasil e no mundo.
Nascido Salomão Borges Filho, em Belo Horizonte, ele cresceu em uma família musical: os irmãos Telo, Marilton e Márcio Borges também seguiram carreira na música. Ao lado de Márcio, Lô compôs alguns dos maiores sucessos do Clube da Esquina, ao lado de Milton Nascimento, com quem dividiu o histórico LP de 1972. Entre as músicas mais conhecidas estão “Paisagem da Janela”, “O Trem Azul”, “Tudo Que Você Podia Ser” e “Quem Sabe Isso Quer Dizer Amor”, lançada nos anos 2000. Ao longo de sua trajetória, suas composições foram interpretadas por nomes como Milton Nascimento, Elis Regina, Samuel Rosa, Beto Guedes e Lobão.
A carreira de Lô Borges começou a se destacar ainda nos anos 1960, quando, em 1967, ele participou do I Festival Estudantil da Música Popular Brasileira. Um episódio curioso marca essa fase: a partitura de sua música “Equatorial”, criada em parceria com Beto Guedes e Márcio Borges, incluía a indicação francesa “quelque chose” (“qualquer coisa”), que confundiu a orquestra do conservatório da UFRJ convocada para a apresentação. “Falei com eles: ‘Afina o instrumento, dá uma pancada na borda do prato de bateria, faz um barulho’. A ideia era gerar um efeito. Poderia ter escrito isso de maneira mais inteligível, mas a gente era tudo garoto na época”, relembra Nelson Ângelo, responsável pelo arranjo da peça, que seria regravada anos depois por Lô e Samuel Rosa.




















































