Música Rock in Rio

Canto Cego lança novo álbum de brasilidades antes de show no Rock in Rio

O mergulho na jornada do ser. O karma como um ponto de transformação. O encontro da poesia e da música a partir de timbres inusitados e ritmos brasileiros. Canto Cego renasce e mostra evolução individual e coletiva no lançamento do novo álbum, Karma. “Passeamos entre os processos de raiva e de cura, entre os sentimentos chave de uma transformação, entre o indivíduo e a sociedade”, conta a vocalista Roberta. Com elementos de percussão e cordas que se fundem ao rock poético do grupo, o novo trabalho afirma a brasilidade e enfrenta o karma trazendo a força da natureza como ponto de partida. “O desconhecido e o confortável se abraçam em uma jornada que transmuta do tato da terra, ao caos do fogo e a leveza dos ventos”, completa.

A banda, que se apresenta no Palco Favela do Rock in Rio no dia 4 de outubro, promete levar sua trajetória musical para a Cidade do Rock com o lançamento ao vivo do novo álbum, que faz a interlocução do ser humano como parte do universo. Produzido por Felipe Rodarte, gravado no Estúdio Toca Do Bandido e lançado pelo Selo Toca Discos, Karma traz a dramaturgia dividida em 14 faixas que vão do samba a ritmos afro, passando pelo carnavalesco, funk e poesias recitadas.

Nascemos é a faixa que dá início ao álbum, seguida por Passarada, Corpo a Corpo e Tempestade, que representam o primeiro encontro do ser humano com as múltiplas histórias e diversidades que carregam a partir do despertar da força ancestral. Na sequência, Eu Milhões, Marcha Coração, Febre, Transmutação e O Blefe abordam o contato com a sociedade e os conflitos coletivos que surgem a partir das relações interpessoais. É o momento de queimar medos e angústias para se libertar a partir da energia do fogo.

Fantasmas, primeira composição do álbum, foi o norte da sonoridade de Karma, simbolizando o entendimento da vida como um desafio a ser enfrentado. A poesia de As Horas é seguida pela canção experimental Correnteza, produzida apenas por vozes. Com participação da Orquestra Maré do Amanhã, Vida Rendeira chega como um mantra para evocar a mensagem “Ó vida rendeira, tece nos meus passos um belo destino dentro dos seus laços. Ó vida rendeira, faz de mim seus braços, tece seus caminhos, veste meus espaços”, como o trecho canta. Grão, minimalista, finaliza o ciclo com uma poesia conectada à energia do cosmos para, finalmente, transcender.

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