O ex-policial militar e influenciador digital Kleverton Pinheiro de Oliveira, de 40 anos, conhecido nas redes sociais como Kel Ferreti, é apontado pelo Ministério Público de Alagoas como o chefe de um esquema milionário de rifas manipuladas. A operação, baseada em Maceió (AL), teria movimentado cerca de R$ 33,7 milhões com sorteios fraudulentos.
Expulso da Polícia Militar em 2023 por divulgar o próprio voto durante as eleições, Kel Ferreti também foi condenado por estupro contra uma das vítimas envolvidas no suposto golpe das rifas. Ele cumpre atualmente pena em regime semiaberto, monitorado por tornozeleira eletrônica.
Com mais de 23 mil seguidores no Instagram, o ex-PM ostentava uma vida de luxo, exibindo viagens, carros e joias. Além dos sorteios, ele comercializava cursos não regulamentados que prometiam estratégias para lucrar com jogos on-line.
Sorteios fraudulentos e apoio de influenciadores
De acordo com o Ministério Público, o grupo liderado por Kel promovia rifas com prêmios que variavam entre dezenas e centenas de milhares de reais. No entanto, os bilhetes sorteados eram supostamente escolhidos com antecedência, eliminando qualquer chance real de os participantes vencerem.
A estrutura do esquema também contava com a colaboração de outros influenciadores digitais, responsáveis por divulgar as rifas. Entre eles, destacam-se Laís Oliveira, que possui mais de cinco milhões de seguidores, e seu marido, Eduardo Veloso. O casal foi preso em Fortaleza (CE) em dezembro de 2024, mas liberado dias depois. A defesa alega que ambos apenas prestavam serviço de publicidade, sem conhecimento das irregularidades.
No mesmo mês, Kel Ferreti foi preso em seu apartamento em Maceió. Durante a operação, agentes apreenderam joias, celulares e cerca de R$ 20 mil em dinheiro vivo. Já na prisão, ele foi condenado a dez anos de reclusão por estupro, pena posteriormente reduzida para oito anos, em agosto deste ano.
As revelações foram apresentadas no último domingo (5), em reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo.
